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Estreias e Reestreias nos 7 Rios

       Tô Bão ! 

Era sábado já bem de tardinha, e a idéia era só ir ao posto, abastecer a Faustina. Já tinham 6 meses que isso não acontecia, e prá dar uma remoçada no combustível, um abastecimento viria bem. Prá aproveitar o carreto, juntei a Zequinha e o Zequinha lá dentro, junto com uma escada, um podão e um corta galho. Um saco e um balde completavam a ferramentaria. Iríamos apanhar urucum, num pezinho próximo de casa, prá fazer o colorau para o ano. E cumprimos o objetivo. Mas daí, chegar em casa com o carro abastecido e pronto prá qualquer coisa, trouxe de volta uma idéia que já vinha de algumas semanas: Vamos almoçar amanhã na Cristina Bica D’Água. Saímos preparando o que seria a primeira viagem da Faustina, da Zequinha e do Zequinha, nesse que é o passeio que temos um xodó danado, a Trilha dos 7 Rios. A Zequinha já tem 5, e o Zequinha 2 e meio. O entrave era só minha coluna, operada no início do ano, mas achei que daria prá ir. Também seria a primeira do Artur em qualquer passeio de Jeep, além de pequenas travessias de rio em Macacos, o que marcaria a nossa volta à ativa. E saiu a Rose ligando para o Compadre Wetto, e eu para o Compadre Pitinho, e também escrevendo para o Denilson, da lista da Rural, que já tinha dito que gostaria de conhecer o passeio. O Denilson não respondeu, provavelmente porque a coisa estava a toque de caixa, sem aviso prévio, e o Pitinho compromissado com batizado no domingo. Já a Rose teve sucesso, pois o Ewerton e a Janaína gostaram da idéia, e foram é dormir em casa, prá acordar cedo sem problemas.

A diferença maior, é que a terra começaria em Jaboticatubas. Teríamos só a metade do que é normal, e atravessaríamos só 5 rios, pois o 6º foi fechado pela Polícia Florestal, (Ambiental agora, né ?), e o 7º ficou só completando o nome, depois que fizeram uma ponte nele. Nem com boa vontade dá prá passar dentro d’água, pois o acesso virou uma capoeira fechada, prá exagerar um pouquinho. Em outras épocas, esticando um pouco do trajeto completo, chegamos a atravessar 16 rios nesse passeio.

E deu de chegar na beira do primeiro rio. Lembrei das sensações que tivemos quando fizemos isso pela primera vez, viajando com o Edwaldo. Já sabia que isso seria inevitável. E a parada para retratos na beiradinha do rio teria que ter. Mas o melhor viria do outro lado, já terminada a travessia. Meu Zequinha vira, do nada, e remenda espontaneamente: “De novo !”. Pedi a Rose prá filmar aquilo, mas a espontaneidade verdadeira não teríamos numa “refilmagem”. A quarta travessia estava mais funda, e justamente na hora que num acreditei nisso que resolvi acelerar mais que o normal, só prá fazer folia. O resultado foi o motor apagado do outro lado, mais em cima. E vem o Wetto com o Cascão Cachaceiro atrás, e o motor apaga do mesmo jeito. Olhei tudo, e estava tudo certinho. Com certeza foi um choque térmico no caninho da gasolina, o que condensou uma gotícula d’água que apagou o motor, mas foi “engolida” na hora que funcionei novamente. O Jeep do Wetto também funcionou, e foi só o que tivemos de problemas no passeio.

Daquele ponto prá frente, os meninos inventaram de ir no Jeep. A folia é maior num Jeep mesmo, a Rural parece ser mais cerimoniosa que ele. Mas só parece, tá ? Tive uma saudade danada na hora que a Rose observou que estávamos novamente nós três, como antigamente: Eu, ela, e o Chico. Só que nem preciso falar que achamos muito melhor nós cinco, ao invés de nós três, né ?

Atravessamos o quinto rio, e fomos no rumo de São José da Serra, pelo caminho mais trilhado, mesmo sem os últimos e mais bonitos rios para atravessar. Só, e tem esse só, que encontramos com o João da Cristina Bica D’Água já quase chegando, e ele veio dizendo que tínhamos acabado de passar do lugar da última travessia. “Abriram uma travessia pelo terreno da irmã da Cristina, João ?” perguntei, já procurando lugar de virar o carro, prá ele nos mostrar onde entrava. Disse que tinha uma placa indicando, e tinha mesmo, só que ninguém ia dar bola prá ela, de tão pequena. Saindo da estrada entramos num bequinho de cerca de arame farpado, e logo em seguida um decidão enlameado. Deve ter chovido no dia anterior, tinha muita marca de chuva. E saímos numa tronqueira, que tinha era um mourão no meio. O Wetto desceu prá abrir a tronqueira, pedi prá dar uma olhada se dava prá atravessar na boa, e desci prá dentro do rio com a Faustina, achando o maior barato aquela travessia. O rio é o mesmo da sexta travessia, mas num ponto mais baixo. É um rio limpíssimo, cristalino e com cascalho rolado dentro. Impossível de se atolar. Mas tinha um jeito de agarrar um carro ali, e eu consegui agarrar a Faustina. É que tem uma árvore que está dentro do rio, certamente há mais de um século. Toquei as rodas esquerdas em cima dela, e a coisa ia muito bem até eu deixar a Faustina cair lá de cima. Ai num deu outra. A Faustina ficou no cavalete na esquerda, apoiada pelas chapas dos feixes de mola dianteiro e traseiro. Rodas no ar, num tinha jeito. Tinha, claro que tinha. Era só amarrar o Cascão na Faustina e puxar dois palmos prá trás que ela andaria sozinha novamente. E foi feito, no meio da bagunça e festa, como sempre. Essa agarradinha atrasou a viagem em uns 40 minutos. Tem que descer os meninos prá andarem no rio, tem que me amolar por eu ter “assentado” na água enquanto passava a corda na Faustina, e tudo é motivo de festa. Só num gostei quando o Wetto disse que a Faustina não estava puxando na dianteira. Achei que devia ter algo estragado, mas nas verificações que fiz está tudo certo, e confirmado quando vi os filmes, e a Faustina jogando água com a roda dianteira. Deve ser amolação do Wetto, prá variar, mas é coisa de responsabilidade isso, pois um defeitinho na tração pode deixar a gente na mão.

E chegamos na Cristina Bica D’Água, almoçamos, distraímos, descansamos. Voltamos passando por Lagoa Santa, com os três, Chico, Laura e Artur,  dormindo lá atrás, e a Rose dormindo na frente. Então, eu sempre conversava alguma coisa com o Wetto pelo rádio, já que a companhia dele também tem esse costume de dormir na volta.

O saldo ?  Voltamos, os estreados e os reestreados, com a alma lavada como deveria ser. Voltamos à ativa, mesmo que levemente. E nem conversamos à respeito, eu e Rose. Choraríamos; certamente !...

Um abraço,

Até a próxima,

28/05/2013

       Walter Júnior - B. Hte. -

waltergjunior@yahoo.com.br  

walter.junior@ig.com.br

 


Sábado à tardinha. Colheita de Urucum.


Sabado à noite: Brincadeira no porta-malas, ao saber que teria passeio no domingo.


Felicidade na ida, ainda no asfalto.


Entrando no primeiro rio. Retratos prá marcar a data. Tem retrato do Edwaldo no mesmo lugar.
Choveu na noite anterior. O rio estava um pouco mais cheio que eu tinha imaginado.



Parada entre os rios. Tem que funcionar o Cascão.



A descida e a tronqueira do 6º rio. É quase uma cerca mesmo.


Faustina agarrada, corda amarrada.
Assentei na água prá amarrar a corda.


A Faustina continuava agarrada, mas a algazarra num parava.

   



A Faustina já solta, dentro do rio, e o pau dentro d'água.
Comentei com o João da Cristina que esse pau deve ter mais de 100 anos dentro d'água. Ele achou que deve ser mais.

   


Ávore no caminho ? Compadre Wetto tinha amolado o machado antes da saída.


O fogão da Cristina Bica D'Água, que é um marco do objetivo cumprido.
Eu, meu Zequinha novato e o Chico dessa vez.


Uma das bicas d'água que dão nome ao restaurante da Cristina. O Zequinha adorou...




Gostou demais também da bica grande, lá de fora. Imagino na hora que formos à uma cachoeira...
 

Pose da Zequinha. É linda, uma gracinha.


Folia continua. E a Zequinha, quase perdendo um dentinho. Um dia depois já havia caído.


Nós e nossos Compadres.


Jeepeiro tem que ser assim. Num pode ter medo de se lambrecar todo. Bonitinho demais, zaroinho e lambrecado, num é ?


Faustina e Cascão com a Serra ao fundo. As nuvens não são por acaso. É a serra quem segura elas lá


O conforto da Faustina na volta. Sono justo !