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Faustina - Rural Jeep, 1962

 

Motor:

Willys BF 161 (161 polegadas3 - 2.638 cc)

6 cilindros em linha,válvulas em "F"

90 HP (4.400rpm) - 18,67 Kgm (2.000 rpm)

Câmbio:

3 marchas com 1ª seca e caixa de redução

 

Sobre a Faustina

    Foi comprada zero Km em Dores do Indaiá / MG. Sempre pertenceu à mesma família.

    Por volta de 1987 deixou de ser o carro da família e passou a trabalhar na roça, buscando leite na fazenda todos os dias, e levando o que fosse necessário. Na primeira foto que tirei, ainda em Dores do Indaiá, dá para ver os latões de leite dentro dela.

    O nome Faustina foi dado na época da compra, em 1962, com ela zerinha, zerinha ! Isso me foi contado pelo Sr. Quito, o antigo proprietário.

    Em 2001 eu e Rose compramos ela, e veio para Belo Horizonte de caminhão. Ai começou a lamúria da reforma, mas compensou, pois hoje está pronta. Pronta para qualquer viagem que se invente...

 

O que foi adaptado da Rural Moderna

    Brucutu - Aquele esguicho do para-brisa. O da Rural tem uma capa em inox e formato de gota. Parece um Brucutu zoiudo se olhado de frente. Esse retirei de uma Rural em um ferro-velho. Ela estava embaixo de um Galaxie 500, e eu com medo daquele treim cair, porque balançava tudo. Mas consegui tirar.

    Reservatório de fluído de vidro - Retirei de uma Pick-Up Willys em um ferro-velho, e tive que fazer um flange novo em latão. A borrachinha original não se acha, e as que estão montadas estão ressecadas pela idade e vazando. Este reservatório também era usado nos Aero-Willys e Itamaraty.

    Tambores de freios largos. Sô Quito já tinha trocados eles, e estavam todos novos. Os tambores finos originais não são mais encontrados.

    Maçanetas e espelhos de maçanetas das portas.

    Tranca do capô - Este é acionado por cabo dentro do carro. O original abria pelo lado de fora.

    Luz interna traseira - Essa é original em todas as Rurais na dianteira. Inventei de colocar  uma a mais. O difícil são as peças, mas ficou um luxo !...

Essas peças ditas da Rural Moderna, são as que saíram de fábrica na Rural mais nova. Para os dias atuais, tem um aspecto de antigo do mesmo jeito.

 

O que não é original

    Bancos dianteiros, adaptados do Tempra 4 portas. Modifiquei, aqui no terreiro de casa, o banco direito, tornando o encosto rebatível, como no de 2 portas. A princípio coloquei este banco também basculável, mas a ancoragem do cinto de segurança foi fixada no próprio banco tive que retirar todo o sistema de basculamento e deixar ele fixo, rebatendo somente o encosto. Os bancos originais estão guardados, e podem ser colocados de volta quando quiser.

    O padrão da capotaria - Não é original, pois foi feito em curvim preto. Os desenhos também foram um pouco modificados, para melhor harmonia dos bancos dianteiros.

    Bomba elétrica do brucutu (esguicho de pára-brisa).

    Luz no motor.

    Rádio toca-fitas, PLL, Hyunday, retirado da H100. Esse foi uma boa, pois paguei R$ 30,00 nele, e como todo rádio OEM costumam ser muito bons. Já consegui escutar perfeitamente as FM de Belo Horizonte a mais de 300 Km em linha reta. Tem também uma porqueira de um tocador de MP3, com transmissor de FM.

    Pneus radiais Firestone FSR 215/75/15. Esses comprei a Faustina com eles novinhos. Sô Quito tinha trocado há menos de um mes. Meu pai, quando viu ela pela primeira vez falou: "Agora temos que arrumar um carro prá colocar esses pneus". Arrumei !

    Módulo de ignição assistida, reversível para o sistema original com platinado puro dentro do próprio carro (Feito aqui no quintal).

    Porta-luvas em MDF, revestido em curvim, com tamanho maior que o original (Feito aqui no quintal).

    Acendedor de cigarros. Este fica invisível, aparafusado no porta-luvas em baixo do painel.

    Rolamento no eixo pittiman. Foi retirada a bucha de bronze.

    Buchas de suspensão feitas em poliuretano (Também diverti fazendo isso).

    Jumelos com 3 9/16". Os originais são com 2 3/4". Mas foram mantidos os pinos originais com lubrificação (Feito aqui no quintal).

    Faróis sealed-beam 100w x 80w (Os originais eram Wagner ou GE, 55w x 45w, e não são mais encontrados).

    Farol de ré.

    Tanque de gasolina em chapa 14, com 83 litros

    Cintos de segurança - Abdominais nos traseiros e diagonais de dois pontos na dianteira.

    Extintor de incêndio.

    Seta

    Indicador sonoro quando a seta ligada. (Feito por mim, usando componentes eletrônicos retirados de sucata)

    Retrovisores externos (Feitos aqui no quintal mesmo, com peças de outros retrovisores).

    Chaves de farol e limpador de para-brisa-Usados do Fusca.

    Cabos de afogador e desembaçador-Usados do Fusca.

    Puxadores dos cabos e chaves no painel - Usados puxadores modificados no torno. Eram de um treim que num vou contar !...

    Temporizador do limpador de pára-brisa.

Depois de tanta gambiarra colocando essa coiseira ai acima, o que fica mesmo visível é só a alteração nos bancos dianteiros. 

Acho que é só isso mesmo !...

 

Sobre o Modelo Rural Jeep

    A Rural Jeep foi a primeira a ser fabricada com a nova frente, a partir de 1960. Essa nova frente, diferente da Jeep Station Wagon americana, foi fabricada somente no Brasil, e é uma homenagem à arquitetura do Palácio do Planalto, em Brasília, também inaugurada em 1960.  Foi fabricada até 1963 com o nome Rural Jeep, e após essa data passou a ser chamada Rural Willys, contendo pouquíssimas modificações. Externamente difere das demais pelo "Jeep" estampado na tampa traseira.

    As 4x4, como a Faustina, tinham originalmente a alavanca no assoalho, e as 2x4 na coluna de direção, todas com caixa de 3 marchas com 1ª seca.

    O mecanismo do limpador de pára-brisa é idêntico ao da Jeep Station Wagon americana, com cabos de aço.

    O padrão da capotaria era feita em curvim avermelhado, puxado para vermelho burro-fugido. Mulher é quem sabe o nome daquela cor.

    Pode parecer estranho a colocação de cintos de segurança, brucutu, retrovisores externos, seta, extintor de incêndio e até a numeração do chassis,  mas na verdade nenhuma Rural Jeep saiu com nada disso de fábrica. A legislação da época não exigia. A numeração do chassis da Faustina é dado no DUT como REM (remarcado), e o número que foi tipado na dianteira da longarina direita é o mesmo número original da carroceria. É dado como ano, modelo e serial. Então o chassis da Faustina é 28222xxxxxx REM. Sendo o 2 - 1962 e 8222 o modelo Willys - Rural 4x4.

 

Fotos em Dores do Indaia. Na compra da Faustina em 2001, e na visita em 2007

 

Algumas fotos: Da compra ao final da reforma


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