O Carro da Noiva

  Tô Bão ! 

Já havia passado um ano e meio desde o pedido do Todi para levar a Aline. Foi no aniversário surpresa do Wetto, feito na casa do Todi. A princípio achei que era brincadeira dele, mas a Aline confirmou o pedido. Coloquei só uma condição: "A Faustina tem que estar pronta, até lá !", claro, né ? Pela antecedência do pedido, era até possível o término da reforma dela antes do casamento. Mas se tratando da reforma da Faustina, com cronograma, quero dizer, previsão, pois diversão não tem cronograma, adiada um monte de vezes era até provável que ela não estaria terminada até a data.

Mas deu certo, a Faustina ficou pronta em outubro. O Todi reconfirmou o pedido durante o último passeio, despedida do Edwaldo, antes de desmontar ele todinho. Com a data marcada para 23 de dezembro, dei a certeza de levar a noiva.

Cheguei no hotel bem cedo, apressado pela Rose, que dizia que o trânsito estaria horrível próximo ao Minas Shopping, por estarmos muito próximos do natal. Acabou que fiquei observando as outras noivas saindo do hotel, e até fotografei uma embarcando em uma Mercedes. E sabem que ninguém chegava perto do motorista da Mercedes para especular ? Enquanto isso, dois me aproximaram da Faustina puxando papo... "Num vai me falar que você vai prô barro com esse carro ? " me abordou um deles. "Não ! Normalmente vou de Jeep, mas já fui com ela também. Estou bem restritivo a isso, depois dos amassões no tanque dela, em Escarpas do Lago, mas se o lugar for muito bacana eu sei que não agüento, e entro !"... E foi por ai a minha espera, papeando com os caras até a chegada do Wetto, brigando com o nó da gravata. Ai fui fazer o nó prá ele. "Tá muito curto... Agora tá muito grande..." Até eu dar conta de satisfazer o atentado, terminando o nó da gravata. Deu vontade de fazer um laço com ela no pescoço dele...

Privilégio isso ! A Faustina foi o último carro que a Aline andou enquanto solteira. E também foi o primeiro carro que o Todi e a Aline andaram após casados. Mas além disso tem aqueles momentos tensos de noiva, as fotos, o caminho feito rapidamente no início e muito devagar ao se confirmar que o horário estava era muito folgado, a confissão do frio na barriga ao se aproximar a igreja e mais um outro tanto de detalhes que só tiveram eu e a Faustina como testemunhas. Grande privilégio !

Pode parecer muita tolice esse problema com horário, mas coloquei pressa na Aline, juntamente com o Wetto e a Janaína que também estavam no hotel. Já eram 8:05, e eu tinha certeza que no convite o horário era 8:15. Atrasaremos uns 5 minutos, o que está bom demais. Só no meio do caminho, a tantã da Aline me conta que o horário correto do casamento era 8:30. Ai interei o restante do caminho quase que só de 1ª, bem devagarzinho, e ainda dei a volta no quarteirão da igreja, parando mais abaixo a uma certa distância, para gastar um pouco mais de tempo. Foi nessa hora que eu notei mesmo o desorientamento da Aline. "Me empresta o telefone que vou ligar prô Todi." "Vai nada !," respondi. Onde já se viu noiva ligando para o noivo prá dizer que já chegou na igreja?  Tem que deixar o cara apreensivo, roendo as unhas, pois se não perde a graça da tradição. "Liga prá qualquer outro, mas prá ele não!", emendei. E ela esqueceu tudo que é número. Só lembrava mesmo o número do Todi. Com muito sacrifício lembrou o número do pai dela, que comunicou com o cerimonial, que me deu ordem prá encostar e terminar o carreto...

A Rose perdeu grande parte disso, pois foi com outro carro à igreja. Aliás, Rose e Aline tem algo muito peculiar em comum: São as duas pessoas que conheço que conseguem dormir em um Jeep viajando por terra.

Terminado o casamento, recepção ! Ai vem o noivo também na Faustina, feliz da vida... Comemos e bebemos à tripa forra, conversando com o restante dos amigos, quase tudo Jeepeiro. Detalhe interessante foi o bolo. Tinha um noivinho e uma noivinha sobre ele, devidamente acomodados em um Jeepinho CJ5.

Falha lastimável foi a minha, pois só na porta da igreja lembrei que poderia ter feito um bouquet de latas amarradas na Faustina. Era muito fácil, pois já deixava tudo amarrado em um dos jumelos traseiros, jogava as latas no porta malas ficando só o barbantinho para o lado de fora. Na hora de ir embora, era só jogar tudo no chão. Nessa fui consolado pela própria Aline, que prometeu me ajudar no casamento do Wetto e Janaína, nesse ano que entra mesmo agorinha. O Wetto é esse mesmo, meu amigo e colega de turma analista de sistemas Ewerton Geraldo, que depois de muito enrolar casa em 2007. Caso contrário, estou certo que ele num emplaca o 2008...

Ah ! Antes que me esqueça, tinha um importante detalhe no Jeepinho do bolo. Um adesivo com o logotipo dos Jipesfumo, que é um Jeepinho com o Fuminhoca dirigindo ele. Deve ter mais notícias dessa empreitada na página deles, em www.jipesfumo.com.br.

Até a próxima,

25/12/2006

          Walter Júnior - B. Hte. -

waltergjunior@uai.com.br  

walter.junior@ig.com.br

 

 
























Início

Voltar