O
Zequinha Novato
Antes tarde do que nunca ? Não ! Continua dando tempo.
Já falei e expliquei o porque desses dizeres, quando nasceu a Zequinha Novata. Tem essa história aqui nessa página, e torno a repetir, agora com o Zequinha Novato, mesmo contando esses pequenos detalhes um mês e três dias após o seu nascimento, interados hoje.
Menininho bonitinho, que nasceu tão rapidinho, pequenininho, já olhando curioso para a mãe e o pai. Foi uma emoção gostosamente repetida.
Apesar de ser situação diferente, em época diferente, a repetição das emoções foi em tudo, desde a escolha do nome, passando pelo quarto e demais preparativos da espera do novo Zequinha.
O nome começou com Tadeu, Lindogério, Pedro, Zebedeu e outros mais.
Tadeu a Rose escolheu e eu gostei, mas desistiu pelo meio do caminho. Lindogério é história e brincadeira do Lívio, mas é um nome real de um torneiro que mora lá perto da casa dele, e, inclusive, já fez alguns bons serviços para mim.
Veio a Rose com a sugestão de Pedro, e eu lembrei do Paulo Porto, mecânico do Edwaldo e da Faustina, dizendo: "Num me venha com Pedro, Lucas, João e esses nomes de apóstolos, né ? Já estão mais que batidos..." "Paulo então nem pensar, né Paulo ?", retruquei com ele. "Esse ai que é o mais coitado deles...", interou o Paulo.
Inventei de falar que nem bebum com o Paulo, dizendo: "Se for prá colocar nome de apóstrofo , carca logo o nome do Chefe !" E tá até na moda, depois que a Madonna arrumou um tal Jésus, que inventaram em pronunciar Jesus. Afinal das contas, Jésus e Jesus sempre foram o mesmo nome, e coloquei o acento só prá diferenciar, pois nem acento nenhum tem. É que antigamente diziam Jésus por respeito, para não atrever em igualar o nome, mas esse respeito tem sido perdido com o tempo. Tem também que a efemeridade Madonnística já amarrou a latinha no pé do Jesus.
Zebedeu acharam que era brincadeira minha, mas num era não. É um nome bonito, apesar de altamente incompreendido devido à analogia fônica, e talvez por isso em desuso. Dizem, por ignorância, que lembra o nome daquele que num se diz o nome, do treim ruim, mas na verdade e ao contrário. Zebedeu quer dizer é "Presente de Deus" em hebraico, e por essa causa deve ser até nome bíblico. Pesquise o assunto, se achar conveniente.
Eu sempre quis também Walter. Hoje diferente e não convencional, o nome do pai e do avô. Mas com o sobrenome da Rose, da nossa família, sem Senior ou Neto.
No final das contas, ganhou mesmo foi Artur. Lembrei dos meus 18 anos mais ou menos, quando a Viviane me apresentou o irmão Artur e eu, no meio daqueles tuim que dão na cabeça da gente, e que na época me pareceu que já conhecia o caboquinho, achei bonito o nome. Mal sabia eu que teria um filho Artur !
Ou o tuim era um aviso premonitório ? Larga isso prá lá, vão aproveitar a vida em vez de filosofar, pois esses treim de religião e de premonição a gente num discute não.
Sei que não quisemos saber de "H" no meio, pois desde 1943, ano em que nasceu minha mãe e que foi celebrado o Tratado Ortográfico da Língua Portuguesa, que Farmácia não é mais Pharmacia, e Artur não é mais Arthur. E eu e a Rose sempre concordamos com o mais simples. Somou-se o fato que os primos Laura e Artur, Thaís e Luiza terem todos 5 letras, apesar da Thaís estar contra o Tratado Ortográfico de 43.
Mas nome próprio é nome próprio, e, como diria o amigo ruralista Sílvio Romero, "os pais tem o sacrossanto direito de dar o nome que entendam". E Thaís é lindo, sendo até maldade comparar com a quantidade de criatividade que se esparrama por ai.
E com esse sacrossanto direito, eu e Rose escolhemos que o Artur, seria Artur.
Mas tenho que confessar, no dia em que fui o registrar, a atendente do cartório me deu um papelzinho e caneta, para ter a grafia correta do nome. Escrevei um A, risquei, escrevi Walter e parei. Poderia ser Walter mesmo, mas assim eu trairia o que tinha acertado com a Rosilene. Somos os pais, o direito é nosso, de nós dois, e o Artur se confirmou.
Ai vem a decoração do quarto. Foi a Regiane e o Guilherme quem fizeram. Eles já tinham feito a decoração do quarto da Laura, e a Regiane veio perguntando o que eu achava de um menininho com um cachorrinho e um Jeep. Eu nem sabia que decoração colorida era possível, mas ela confirmou que sim. E ainda interou: "Não um menininho com um cachorro e o Jeep. Vai ser o Artur com o Chico e o Edwaldo". Eu não duvidei, pois lembrei dela trabalhando na parede do quarto da Laura e na plaqueta do nome da Laura, e já sabia que ela é artista plástica num é à toa. O resultado foi ótimo, sendo que o Chico tem o mesmo olhar de quando vem com aquela cara de pidão, o "Artur" tem, coincidentemente, o mesmo cabelo que eu tinha dos 15 aos 20, e o Edwaldo é o Edwaldo mesmo. Tanto na decoração da parede quanto nos pindurucaios da cortina. Mas o Chico nos pindurucaios tem outra expressão, com aquelas orelhinhas murchas dele.
E qual o carro para voltar da maternidade ? Jeep e Rural o Artur anda depois. O escolhido para o serviço num tem outro se não o Fuscão. A mesma escolha feita quando do nascimento da Laura.
É o carro mais tradicional daqui de casa. Busquei o Chico no adestrador, para ficar definitivamente comigo nele. Fui às minhas formaturas com ele, fui casar e voltei casado com ele, busquei a Laura na maternidade com ele, e soma-se um tantão a mais de histórias, muitas mesmo. Mas a inesquecível é o inesquecível primeiro beijo meu e da Rosilene. Dentro dele.
O Fuscão realmente tem mais tempo de casa, 40 anos a interar nesse 2011, desde que papai comprou ele zerinho, com aquele cheirinho bom que carro novo tinha. Antiguidade é posto, e mesmo essa página sendo do Edwaldo e da Faustina, nesses casos o papel do Fuscão não é figuração. Sei que o Artur saberá e gostará de dizer, como diz a Laura, que o primeiro carro que andou foi o Fuscão. Que curtição !
Estou falando e divagando demais, num tô ? Mas vou dar um jeito de respaldar esse falatório e encerrar essa boa notícia do nascimento do Artur.
E num tem melhor jeito de fazer isso que fazendo uma cola adaptada da história do nascimento da Laura. Os sentimentos são os mesmos, apesar das diferenças.
Então é o mesmo final:
"...é essa a aventura que temos agora. Não teve poeira, nem lama. Não atravessamos rio e não subimos ladeira esburacada, e nem tivemos necessidade de uma tração reduzida. Mas posso garantir que a emoção foi extrema, e ainda vai durar muito. A emoção dessa viagem durará até o último dos meus dias.
Mas antes disso ainda teremos muito que contar de nossas andanças de Rural e Jeep. Não mais sou obrigado a escrever somente para deixar um registro para os vindouros. Os vindouros já vieram, e vão é participar da história.
De agora em diante seremos nos cinco: Eu, Rose, Chico, Laura e nosso Zequinha Novato."
Até a próxima,
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