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Esta história já está pronta há algum tempo, mas ainda não tinha compartilhado com ninguém, pelo simples fato de achá-la uma verdadeira merda !...

Em todos os casos... Ai vai !

Que cagada !

  Tô Bão ! 

Antigamente, quando viajava com a Rose, era uma dificuldade sem fim. Tinha que achar um posto, lanchonete ou qualquer coisa que possuísse banheiro. Mas quando se sai de Jeep  só se tem é a merenda levada para o convescote, a água e cerveja é a levada na geladeira do Jeep, a pinga é a que sempre anda atrás do banquinho traseiro, e banheiro é mato mesmo !

Sempre saímos ainda escuro, e rodamos em um automóvel rigidamente duro, socador, o dia inteiro. Uma hora a casa cai... E se isso acontecer no meio do mato, melhor ! De preferência embaixo de um pé de Pequi, que é abençoado, e tem a folha aveludada e macia, a mais propícia que já vi. É que Pequi está em extinção, e é até pecado destruir eles, mas por uma boa causa, um pequeno dano é perdoável. O bom mesmo é levar dois meio rolos de papel no porta-luvas. É !... Rolo inteiro num vai caber lá de jeito nenhum, e meio rolo pode ser pouco.

Já eu, nunca tive maiores problemas com esse assunto. Nem tanta facilidade como o cumpadre Pitt’s. Prá esse ai, trinta segundos bastam. Serve muito bem até uma vala de um mata-burro, como lá num distrito de Diamantina, próximo àquela curiosa árvore que o pessoal apelidou de Sebastiana, e tinha um formato de..., de..., como dizer ? Furquilha, isto! Até banheiro em construção da casa dos outros serve. Esse é cara-de-pau mesmo, e já resolveu problemas na casa do sobrinho do Sô Agostinho, lá no alto da serra em Cabeça de Boi. Tentamos fotografar o feito, mas só saiu parede de banheiro inacabado.

Particularmente, das minhas, tenho quatro muito marcantes:

A primeira foi a primeira, durante a primeira saída de Jeep. A primeira de Jeep, claro, pois quem já foi à tanta roça, conhece mato muito bem. E a primeira a gente nunca esquece. Próximo ao portal da Fazenda São Joaquim, em Taquaraçu de Minas. Coisa simples, pois só acompanhei o trieirinho de vaca, que teminava em uma pequena clareira e pronto.

A segunda, muito marcante, foi em Itambé do Mato Dentro. Na época, lá só tinha dois pousos. O Hotel Estrela, do Geraldo das Mercês, o então prefeito, e a pensão Cantinho da Paz, na beiradinha do que foi um dia o leito da Estrada Real, mesmo assim com vagas em quartos com banheiros comunitários, aqueles no corredor. O Hotel tinha duas vagas, que ficaram com o Leo e com o Ygor, pois namoravam as irmãs Marieta e Luídina, respectivamente. Fomos, então, eu e Rose para a pensão, que era muito simples, mas muito arrumadinha, com exceção do banheiro masculino. Tínhamos viajado o dia inteiro, desde a madrugada, com quatro Jeep’s, pois o Gutty tinha ido também, e pegou o carro que estava com o Marconi e voltou no sábado mesmo, pois ele trabalha aos domingos, lembram ? Foi na mesma viagem que o Gutty arrancou as bandeiras da festa da Santa em Cabeça de Boi com a antena do rádio do Jeep, aquela viagem da canequinha. E ainda teve que ficar parado em Senhora do Carmo e Ipoema, esperando procissão passar, pois esta fechava a estrada. Sei que cheguei na Pensão Cantinho da Paz, descarreguei as bolsas no quarto, e corri ao banheiro para aquele melhor banho do mundo, que é aquele que corre aquela água da cor de tijolo. Vendo o assentáculo, não resisti e aproveitei a oportunidade para trabalhar arduamente. Terminado o serviço, puxa-se sempre aquela cordinha. O resultado é que a coisa só encheu, encheu, dando piruetas na água, e nada de descer. Bom, vou tomando banho enquanto a caixinha enche novamente, pensei. E a água do chuveiro não esquentava nunca, isso em julho em Itambé... Mexi nas chavinhas, dei tapa na cabeça dele, e o desgraçado do chuveiro nada. O recurso foi chamar a Rose, prá pedir para ligarem o disjuntor do chuveiro. A triste resposta foi que o chuveiro do banheiro masculino não funcionava mesmo, tendo que se usar o do banheiro feminino. Vamos mudar de banheiro então. Puxei novamente a cordinha, que fez o vaso encher novamente, com aquilo tudo rodopiando a bailar. Vendo isso, saí do banheiro, só dando uma olhadinha prá trás. Foi nessa hora que fiz uma observação: “Que bosta !”

A terceira foi em uma serra, entre Belo Vale e Piedade das Geraes. A vista era muito bonita, e no meio do pasto de braqueária, afloravam-se diversas pedras. Essas pedra formavam o melhor obrador natural que já conheci, pois eram melhores que qualquer casinha construída para esse fim. Nessa me distraí tanto com a vista, que fiz xixi na bermuda, e tive que sair de cueca pasto acima até o Edwaldo, onde peguei outra bermuda no saco de roupa suja, pois não tinha mais outra de reserva. E a da roupa suja estava em muitíssimas melhores condições...

A quarta foi em um passeio nos 7 Rios. Aquele que o pessoal desistiu voltando de Jaboticatubas por causa de tanta chuva, com a Rural do Paulo e o Jeep do Itamar. E eu, Zé Carlos, Caio e Chico seguimos só no Edwaldo. Aquele mesmo passeio, que o Zé me perguntou se eu não ia conferir a profundidade de um dos rios antes de atravessar. “Zé ! Segura ai porque se for tentar parar nesse barranco enlameado o final da tentativa vai ser lá dentro do rio mesmo. Então deixa eu descer o pé !”, respondi. Ao final da trilha, já no restaurante da Cristina Bica D’Água, não tendo muito à fazer com tanta chuva, e já tendo tomado umas prá lavar a garganta, o Caio começa a brincar com o Chico no gramado, o Zé inventa de ficar sapeando o motor do Edwaldo, e o João, marido da Cristina me pega de conversa. Foi nessa hora é que começou o aranzel intestinal. E o João não me largava da conversa... Meu incomodo era tão grande que nem vi o Zé passando em direção do banheiro. Larguei da conversa com o João de qualquer jeito mesmo, e achei o banheiro masculino ocupado com o Zé. O recurso foi o feminino mesmo. Não tinha ninguém no restaurante além de nós mesmo. A tramela da porta estava quebrada, então resolvi escorar com o pé. Lá pelas tantas, buscando mais conforto, afastei um pouco o pé da porta. Pouco depois a porta se abre, o que me fez dar nela um bicudo, fechando-a imediatamente. Esse fato me apressou um pouco, e fiquei por lá só mais uns dez minutos, tempo que me fez lembrar o caso da Pousada Cantinho da Paz, em Itambé do Mato Dentro, o que me induziu a um devaneio, achando que podia não ter água no banheiro. “Num tem nem lógica esse pensamento. Aqui é a Cristina Bica D’Água. Tem água de montão, e nem torneira tem. A água corre direto, e aqui tem até válvula de descarga”, pensei. Era premonição ! Arregacei com o banheiro, e ao apertar o botão nem barulho fazia. “Ah ! Deve ter sido o Zé quem tentou abri a porta aquela hora. Deixe-me ir embora. Num tem mais ninguém no restaurante mesmo ! Larga essa merda prá lá !”. Grande foi minha surpresa ao abrir a porta. Tinha uma mocinha vestida com uma roupa rosa, esperando, meio escorada na cerca de bambu. Tinha chegado um outro carro, e nem fé eu tinha dado. “ Me desculpe ! Não sabia que tinha alguém”, disse ela ao me ver, se referindo ao fato de ter tentado abrir a porta. “O que é isso ? Quem deve me desculpar com toda a certeza é você !”, disse à ela antes de sair num passo largo, rindo tanto que gastei um bom tempo tentando contar o caso prô Zé Carlos...

Com esses casos, reforço o conselho de ter muito cuidado nessas incursões no mato. Pode acontecer como em Poços de Caldas, no Poço dos Namorados, quando um grande “dilurimento” me proporcionou uma enorme emergência. O recurso foi correr para um trilheiro que leva até o Cristo Redentor, no meio da mata, na encosta da cratera do extinto vulcão. Uma folha mais agressiva me proporcionou não muito boas lembranças...

Até a próxima ! Até a próxima não ! Isso é um problema individual de cada um, onde cada qual resolve por si só. O que quero dizer com esse pleonasmo cacofônico enfático é : “Se vire !”

Até a próxima...

03/03/2006

         Walter Júnior - B. Hte. -

waltergjunior@uai.com.br

walter.junior@ig.com.br


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